6/26/2010

Luciene é Rosa (A música)

Luciene é Rosa (A letra)

Três Apitos
Noel Rosa
Composição: Noel Rosa

Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você
Mas você anda
Sem dúvida bem zangada
Ou está interessada
Em fingir que não me vê
Você que atende ao apito de uma chaminé de barro
Porque não atende ao grito
Tão aflito
Da buzina do meu carro
Você no inverno
Sem meias vai pro trabalho
Não faz fé no agasalho
Nem no frio você crê
Mas você é mesmo artigo que não se imita
Quando a fábrica apita
Faz reclame de você
Nos meus olhos você lê
Que eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente
Impertinente
Que dá ordens a você
Sou do sereno poeta muito soturno
Vou virar guarda-noturno
E você sabe porque
Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto ao piano
Estes versos pra você

6/17/2010

Eu gosto tanto de você - Lulu Santos no Oi Noites Cariocas


Não sei bem se é por aí...mas meio tolo, meio tonto,
deparei-me com essa música e a elegí como tema
do que se passa.
"...pode até parecer fraqueza...
pois que seja fraqueza então..."

5/19/2010

Luciene e Clarice Lispector


"Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar."

3/18/2010

Encontrei Luciene no Busão!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Vinha eu belo e faceiro da faculdade quando alguém grita meu nome dentro do ônibus. Quem era?
Luciene.

3/04/2010

Zélia Duncan e Toni Platão - ANDO MEIO DESLIGADO

Fomos uma vez num barzinho chamado Patio. Tocaram essa música. Lembrei de Luciene.

2/16/2010

Quando te vi

Pode soar meio brega, meio xarope, água com açucar.
Não a quero para mim,
nem música,
nem Luciene.
Apenas a parte da visão é que é interessante.
Não sou limitado.
Ela também não.
Ilimitados prosseguimos por esse mundo sem fim.
Então vamos juntos.

2/15/2010

As vezes


As vezes tenho um ódio mortal da Luciene. Vem assim de graça e toma o lugar da razão. Já sei o porque só não sei como bloquear ou canalizá-lo. Como diz a letra da música "As Aparências Enganam" de Sérgio Natureza e Tunai: "...porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões..." eu sigo nessa queimação.

2/12/2010

ana carolina e zizi possi ruas de outono ao vivo

Apenas para ouvir.

2/08/2010

Que alguém fale!


Tá Perdoado

Composição: Arlindo Cruz / Franco

Defumei o corredor
Perfumei o elevador
Pra tirar de vez o mau olhado
A saudade me esquentou
Consertei o ventilador
Pro teu corpo não ficar suado
Nessa onda de calor
Eu até peguei uma cor
Tô com o corpo todo bronzeado...

Seja do jeito que for
Eu te juro meu amor
Se quiser voltar
Tá Perdoado!...

Fui a pé a Salvador
De joelho ao Redentor
Pra ver nosso amor abençoado
Nosso lar se enfeitou
A esperança germinou
Ah! Tem muita flor
Pra todo lado
Pra curar a minha dor
Procurei um bom doutor
Me mandou beijar
Teu beijo mais molhado...

Seja do jeito que for
Eu te juro meu amor
Se quiser voltar
Tá Perdoado!...

E se voltar te dou café
Preliminar com cafuné
Pra deixar teu dia mais gostoso
Pode almoçar o que quiser
E repetir, te dou colher
Faz aquele jeito carinhoso
Deixa pintar o entardecer
E o sol brincar de se esconder
Tarde e chuva eu fico mais fogosa
E vá ficando pro jantar
Tu vai ver só, pode esperar
Que a noite será maravilhosa
Yeh! Yeh! Yeh!...

1/31/2010

O amigo de Luciene


Ele é um privilegiado.
Anda nas mãos dela
é abraçado por ela,
repousa sobre suas coxas.
A acompanha por todo lado.
Recebe frequentes afagos
e dorme em seu quarto
tendo visões que ninguém tem.

1/27/2010

Luciene tem uma tatuagem


Luciene tem uma tatuagem, algo a ser visto...

1/18/2010

Luciene também é Pessoa


Contemplo o que não vejo

Contemplo o que não vejo.
É tarde, é quase escuro.
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.

Por cima o céu é grande;
Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.

Tudo é do outro lado,
No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.

Confunde-se o que existe
Com o que durmo e sou.
Não sinto, não sou triste.
Mas triste é o que estou.

Fernando Pessoa

1/15/2010

Luciene e a boa música


Corsário
Elis Regina
Composição: João Bosco / Aldir Blanc

Meu coração tropical está coberto de neve,
mas ferve em seu cofre gelado,
a voz vibra e a mão escreve mar
bendita lâmina grave que fere a parede e traz
as febres loucas e breves que mancham o silêncio e o cais.

Roseirais, nova Granada de Espanha,
por você eu, teu corsário preso,
vou partir a geleira azul da solidão e buscar a mão do mar
me arrastar até o mar, procurar o mar.

Mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar
meu coração tropical partirá esse gelo e irá
como as garrafas de náufrago e as rosas partindo o ar
nova Granada de Espanha e as rosas partindo o ar.

Me lembrei de Luciene


Mistérios

Composição: Maurício Maestro - Joyce

Um fogo queimou dentro de mim
Que não tem mais jeito
De se apagar
Nem mesmo com toda água do mar
Preciso aprender
Os mistérios do fogo
Prá te incendiar
Um rio passou dentro de mim
Que eu não tive jeito
De atravessar
Preciso um navio
Prá me levar
Preciso aprender
Os mistérios do rio
Prá te navegar
Vida breve
Natureza
Quem mandou, coração
Um vento bateu dentro de mim
Que eu não tive jeito
De segurar
A vida passou prá me carregar
Preciso aprender
Os mistérios do mundo
Prá te ensinar
Preciso aprender
Os mistérios do mundo
Prá te ensinar

1/01/2010

Luciene tem muito de Leila


Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
O mar é das gaivotas
Que nele sabem voar
O mar é das gaivotas
E de quem sabe navegar.

Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
Brigam Espanha e Holanda
Porque não sabem que o mar
É de quem o sabe amar.


Leila Diniz

Do livro: "Leila Diniz", Editora Brasiliense, 1983, SP

Fonte: Pirão sem Dono

Luciene e um poema de Vinicius



Ausência



Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.




Vinicius de Moraes. ANTOLOGIA POÉTICA