3/13/2011

Poema incidental sobre uma confissão em um hotel de curta permanência.


NÃO SOU MULHER PRÁ
NINGUÉM


Reconheço a dureza que
trago,

nos olhos, na voz, nas
mãos.

Sei tudo que me torna,
estrago,

nas vidas, nos corpos, nas
mulheres.

Percebo a rudeza que
mostro,

n'alma, no canto, na
música.

Enxergo meu volúvel
caráter,

nos leitos, nos suores, nas
despedidas.

Traio, engano,
minto,

sinto tudo aquilo que
sinto.

O prazer que dou tem
custo:

A certeza que não
vingará.

Atravesso noites e
seres,

sem me envolver no
assunto.

Porto uma grande
certeza:

Não sou mulher para
ninguém.

Nenhum comentário: